30 de mai. de 2011

Michael





Sempre admirei talentos. De quaisquer tipo, formas e estilos.

Mas, sempre admirei a dança, em especial.

Talvez por ter praticado, com imenso prazer, por muitos anos.

De tanto dançarinos que passaram por meus olhos, o que me deixava absurdamente impactada era Michael Jackson.

Não falarei aqui de seus problemas emocionais, psicológicos, entre outros. Me restringirei a falar de seu talento.

Talento ilimitado.

E dois anos atrás, descobri que era imortal.

E a saudade se fez presente.

Ontem, navegando por vários canais de TV e já certa de que nada de interessante seria achado, me deparei com um programa: Move like Michael.

O programa foi produzido na Inglaterra, sob forma do infame rótulo "reality show", que diferentemente dos demais deste segmento, tem um objetivo: encontrar um dançarino inspirado na dança do ícone pop.

Coreógrafos que trabalharam com o astro, dançarinos que se apresentaram com ele, em breves inserções saudosas, explanavam sobre o talento do cantor.

Assisti apenas ao primeiro episódio. Mas, já foi o suficiente para ver talentos desfilando em frente à câmera.

Quantos dançarinos maravilhosos.

Quanto talento escondido neste mundo.

E tanta coisa de baixa qualidade fazendo sucesso.

Como é bom observar talentos se expressando de forma tão primorosa.

Nestas horas, uma ponta de esperança surge. Mesmo que seja lá da Inglaterra.

Mas, a arte é universal.

Para o talento não há fronteiras. Apenas aplausos.

E haja aplausos.

E haja saudades.

Saudades de Michael.

Saudades do seu talento.





29 de mai. de 2011

Suposta vida moderna



 


Foi-se o tempo da educação.

Foi-se o tempo de olhar para o lado.

Foi-se o tempo do querer o bem.

Vemos, de camarote, as famílias desaparecendo, se dissolvendo.

Filhos se distanciando dos pais, em meio ao desrespeito e ao egoísmo.

Vemos a terceirização da educação. Esta, "elaborada" e ensinada por algum desconhecido que possui algum diploma e é pago para fazer isso como profissão por alguma escola em meio a um quarteirão abandonado nesta imensidão de mundo, que tem como objetivo principal o ganho financeiro.

Pagamos para educar nossos filhos.

Pagamos por uma comida que nos envenena.

Pagamos para ter um tempo para nos mesmos.

Pagamos para ter saúde.

Pagamos para conversar com terapeutas sobre o que somos.

Pagamos para viver a nossa vida.

Vivemos em um mundo ridiculamente deslumbrado, infeliz e vazio.

Fingimos que está tudo bem, em meio a grandes estoques de antidepressivos.

Levantamos cedo para trabalhar e nem pregamos os olhos à noite toda.

Sorrimos por fora. Choramos por dentro.

Cantamos por fora. Lamentamos por dentro.

Estamos prester a ver nossos sonhos mais íntimos virarem peças de museu.

Daqui a alguns anos veremos famílias sendo peças de museu.

E concordamos com tudo.

Passivamente.

Paralisados.

Imobilizados.

Com o coração apertado.

E não fazemos nada.

Não sabemos de onde tirar forças para dar o primeiro passo.

E, acabamos, por compactuar com o nosso próprio extermínio.

Entregamos nosso coração, nossos princípios, nossos sentimentos mais puros, nossos sonhos, nossa integridade, nossa índole e nossas opiniões em uma bandeja para que se faça o que quiserem com eles.






Nós deixamos. Nós aceitamos.

Salve a concordância ignorantemente cega.

Salve o desrespeito ao próximo.

Salve a ignorância opcional.

Novos tempos.

Final dos tempos.










28 de mai. de 2011

Consciência




 


"O único tirano que aceito neste mundo é a voz silenciosa
dentro de mim, minha consciência"
(Gandhi)






Vida



"Não se pode ter paz evitando a vida"
(Virginia Woolf)





22 de mai. de 2011

Questionamentos lançados

Um dia acordei com fome literária.

Passo os olhos pelas minhas estantes.

Não encontro nada que me alimente.

Vou à livraria.

Olho.

Procuro.

Nada me desperta a curiosidade.

Até que dou de encontro com um dos meus "pensadores" favoritos: Mario Sergio Cortella.

Filósofo que me foi apresentado na minha querida época de PUC.

Lindas lembranças, lindas frases que ficaram marcadas em uma palestra assistida.

Agora, em tempos de vida real, longe do meio acadêmico, resta-me continuar deliciar-me com suas palavras, via suas obras.

Seus livros.

Livros que sempre me ensinaram algo que mudou minha forma de observar o próximo e "viver a vida".

Naquele dia em questão, me deparei com um recente livro de Cortella: Qual é a tua obra?

O mesmo pulou em minhas mãos e saltou aos meus olhos.

Pronto. A curiosidade se instalou em meus pensamentos.

E lá ia eu, com sacolinha nas mãos e um novo livro a ser devorado.

No mesmo dia iniciei a leitura e dois dias depois já tinha acabado de aprender, via páginas de conteúdo ímpar, com Mario Sergio Cortella.

Idéias lançadas.

Conceitos repassados.

Experiências divididas.

Aprendizado em cada linha e, principalmente, nas sublinhas.

O título nos provoca, nos incentiva a pensar sobre nossa vida e nosso posicionamento e comportamento perante a mesma, seja no âmbito pessoal, como no profissional.

Seu conteúdo, nos ensina a sermos pessoas melhores, a saber separar o que queremos para nossa vida e nos mostra que nossa obra é muito maior que qualquer atividade que exerçamos.

Inquietações são lançadas.

Frases, pensamentos do prórpio autor, como de outros estudiosos, filósofos, escritores, entre outros, são compartilhados e nos fazem refletir sobre o nosso comportamento e sobre o nosso posicionamento perante a vida.

"Qual é a tua obra?", nos questiona em todos os capítulos sobre o que queremos para nós mesmos. O que é importante e o que é essencial para a nossa existência.

Os questionamentos colocados muitas vezes assustam. Mas, ao fechar este livro você refletirá sobre sua existência, sobre o que você quer dela, sobre o que realmente importa.

Como toda a obra de Mario Sergio Cortella, recomendo!


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Qual é a tua obra? - Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética  - de Mario Sergio Cortella, Editora Vozes.


18 de mai. de 2011

Mario Prata

Admiração.

Desde adolescência.

Desde que a solidão se fez presente em uma roda de amigos.

Desde que a vida bateu a minha porta.

E entrou sem permissão.

Sem ensaio.

Desde que o olhar para o lado tornou-se diferente.

Livros.

Crônicas.

Matérias em jornais.

Teatro.

Cinema.

Televisão.

Jornalismo.

Versatilidade.

Competência.

Humor.

Vocação.

Temperamento forte.

Inteligência inesgotável.

Cinismo milimétrico.

Mario Prata.

Tenta, incasavelmente, dizer que escritor é uma profissão como outra qualquer.

Humilde.

Tem na ponta do lápis ou em um teclado de computador, o que a maioria das pessoas deixa escondido no coração.

Não é para qualquer um.

É para poucos.

Bem poucos.

Só para pessoas especiais.

Mario Prata é este tipo de pessoa.

Que ilumina nossas vidas, que escancara o que está em nosso peito, que grita para todos o que está nas sublinhas, que nos faz refletir, que nos faz sentir sem estarmos preparados para tal, mesmo que doa.

Esta dor que nos faz crescer.

E no crescimento está a nossa evolução humana.

Ele é assim.

Ele abriu uma janela fechada.

Ele me ajudou, via literatura, a crescer.

Obrigada por ter me ensinado tanto. Mesmo quando não me julgava apta a aprender.

E aprendi. E como.





"Amor,
é quando a paixão
não tem compromisso marcado.Não.
Amor é um exagero... Também não.
Um dilúvio, um mundaréu,
uma insanidade, um destempero,
um despropósito, um descontrole,
uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido,
talvez porque não tenha explicação,
esse negócio de amor...
Não sei explicar!"
(Mario Prata)

Reflexão via quadrinhos - Parte 2

William B. Waterson II, mais conhecido como Bill Watterson, nasceu em 1958, em Washington e se formou em ciências políticas, pela Kenyon College, em 1980, ano em que começou a trabalhar como chargista.

Em 1985 lançou as personagens Calvin e Haroldo (Calvin & Hobbes) e, de forma meteórica, ganhou fama pelo mundo, a ponto de vender mais de um milhão de cópias no primeiro ano de lançamento do livro.




Calvin é um menino de 6 anos que não pára de aprontar, seja com os pais, vizinha, professora, amiga de escola e até com seu tigre de pelúcia. São atitudes inusitadas, questionamentos inapropriados para determinadas situações e algumas colocações que nem um adulto faria. Suas respostas e reações são sempre inesperadas, infantis e cômicas.

Já Haroldo é o tigre de pelúcia de Calvin, que tenta colocá-lo na linha, utilizando-se da posição de seu melhor amigo, e por meio de sua consciência sobre o que é certo e errado e de seu bom senso. Mas, muitas vezes, acaba sendo "vítima" do próprio dono.

Por meio destas personagens, o chargista buscou fazer reflexões sobre a humanidade, sobre o planeta, sobre a hipocrisia e estupidez humana, ao mesmo tempo que possibilitou que nos reconhecêssemos em alguns momentos e observassemos como somos todos iguais, com os mesmos sonhos, medos e desejos.

Através de muito humor, o autor nos faz revelações que temos medo de enxergar no espelho. E, quando nos pegamos rindo após a leitura de uma tirinha, estamos rindo de nós mesmo.

Nós somos o próprio Calvin.  








Infelizmente, Bill Waterson parou de desenhar as tiras em 1996. Mas, deixou uma coleção de livros contendo as inteligentíssimas tirinhas, para que pudessemos ter, com maior facilidade, esta bela obra ao alcance de nossas mãos.

Para mim, colecionadora dos livros deste chargista, um dos melhores quadrinhos já publicados.





















Renda-se a esta dupla dinâmica: Calvin e Haroldo. Diversão inteligente e bem-humorada garantida.
 
 
 
 

Reflexão via quadrinhos

Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido por Quino, nasceu em Mendoza, Argentina, em 1932.

A partir de 1949, ano em que abandona a faculdade de Belas Artes, tenta, em vão, vender seus trabalhos nos jornais da capital argentina. Mas, somente em 1954 consegue publicar seu primeiro desenho.

Em 1964, nasce uma personagem que o faria mundialmente conhecido: Mafalda, uma menininha de 8 anos, que questionava todos os problemas da atualidade (de comportamento, passando pela política, economia, chegando até às questões científicas), e era porta voz de uma geração que estava em meio a uma grande mudança dos costumes e do início da evolução da tecnologia.





O sucesso foi tamanho que as histórias de Mafalda foram traduzidas para dez idiomas e exportada para vários países, além de ter sido garota propaganda das campanhas da UNICEF e motivo de cartões postais e de selos argentinos.

A personagem teve suas histórias narradas até o início da década de setenta, quando foi  interrompida. Mas, tal encerramento precoce, não fez de seu autor perder o reconhecimento conquistado.

Muito pelo contrário, ficou cada vez mais conhecido e reconhecido mundialmente como grande cartunista.

No ano passado, nós, brasileiros, fomos presenteados com o lançamento de três obras de Quino: 10 Anos com Mafalda (com todas as tiras da personagem publicadas entre 1064 e 1973), Humanos Nascimos e Que Presente Inapresentável. Obras distintas que conseguem condensar a visão de mundo do cartunista.

Embora já tenha anunciado novas publicações, Quino está sem desenhar. Por opção própria. Segundo ele, "para renovar as idéias".

Idéias, estas, que muitas vezes foram, e ainda são, consideradas pessimistas por grande parte de seus leitores, e que, na minha modestíssima opinião, só nos dão "um tapa na cara" e nos fazem refletir sobre o que acontece neste mundo em que vivemos, no qual valores estão sendo deixados de lado em prol de algo que ainda nem sequer sabemos o que é... Só que boa coisa, não é!

Abaixo, uma tirinha deste cartunista incrível, que apesar das críticas, continua exercendo seu dom como poucos.

De pessimista não tem nada. Mas, de realista. Meu Deus!





Mais de sua genialidade...

Mais reflexões...



















17 de mai. de 2011

Rio




Uma tarde livre.

A ociosidade me conduziu à frente da tela.

Nela, iniciava-se a apresentação de uma animação.

Animação norte-americana, sob o título de "Rio", com a direção do brasileiro Carlos Saldanha e texto de Don Rhymer, mostra uma história bem elaborada, dinâmica, com personagens interessantes e mensagem positiva.

Através de técnica primorosa o Rio de Janeiro é construído virtualmente. E, o resultado é charmoso e envolvente.


Belas paisagens e belezas naturais são reproduzidas com grande competência.


De fundo, uma trilha sonora delicadamente escolhida pelo produtor musical Sergio Mendes. Óbvia, mas de bom gosto.


Contudo, peca pelos tristes cliches preconceituosos e baratos.


Desfilam pela tela bandidos, mulheres com pouca roupa, samba, morro, Carnaval e outras tantas situações e cenas já batidas, caricatas, que não mostram nada de novo, mesmo tendo como diretor um carioca nato.


Uma grande oportunidade de mostrar um outro lado do Brasil, que ainda não foi explorado, foi perdida.


Embora acredite que o objetivo do filme não era parodiar o país, foi exatamente isto que aconteceu. Nós, brasileiros, fomos expostos de forma leviana e injusta.


Nem todo dia é Carnaval.


Nem todos os dias usamos biquinis.


Nem todos são bandidos.


Não vivemos em eterna festa.


O desenho é, literalmente, bem animado.


Uma animação que beira a perfeição técnica, com muitos momentos emocionantes, personagens bem elaborados e uma bonita mensagem final.


Pena que nós, brasileiros, fomos, mais uma vez, tristemente e desnecessariamente expostos.


Carnaval, só em fevereiro.










4 de mai. de 2011

Ótima iniciativa





Como uma grande devoradora de livros, admiradora de escritores, pensadores e divulgadora de boas iniciativas literárias, não poderia de deixar de postar algo sobre o BookCrossing.

O BookCrossing é uma grande idéia oriunda dos EUA, em meados de 2001, a qual consiste em deixar um livro em local público, para que o mesmo possa ser encontrado e lido por um leitor que, após a leitura, deverá fazer o mesmo.

Com a finalidade de democratizar a leitura e transformar o mundo em uma imensa bibilioteca, a idéia foi aceita rapidamente e amplamente divulgada. Assim, um mês após a divulgação foi criado um site, o que facilitou a propagação da iniciativa em escala mundial.

O conceito do BookCrossing é o de "ler, registrar e libertar". Assim, o livro é lido, registrado no site, para adquirir um número BCID e libertado, através do repasse para alguém conhecido ou deixando-o em um local público.

Outra vantagem deste movimento é a possibilidade de, para quem se registrar no site, juntar-se à comunidade, participar de fóruns, debates, além de acompanhar a localização do livro "libertado".

Permite-se, também, deixar por escrito, no próprio livro, algum comentário, que irá ser lido por algum leitor de algum cantinho do mundo. Afinal, são mais de 130 países participantes!

Assim, o BookCrossing é uma forma simples de oferecer livros e dar oportunidade a todos que desejam ler e dividir experiências, além de estimular a leitura.

Agora é com você...  

Divida emoções, conhecimentos, romances, poesias ou simples histórias...

Passe para frente obras que te fizeram refletir, que te ajudaram a ser uma pessoa melhor e a descobrir algum sentimento oculto que estava escondido em seu coração.

Compartilhe experiências.

E saiba que, ao encontrar um livro e ter coragem de embarcar em suas linhas, você nunca mais será o mesmo!

Boa leitura!




"Agora, livro meu, vai, vai para onde
o acaso te leve." - Paul Verlaine




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