6 de mar. de 2011

O Solista - parte 2

Um outro aspecto que me chamou a atenção no filme foi a relação humana.
Em tempos de relações humanas superficiais, de Big Brother, de relacionamentos abertos, vi ali na tela um exemplo de preocupação com o próximo, que me fez parar para pensar.
Vi, ali, um jornalista, interpretado por Robert Downey Jr., que em busca de uma matéria para o jornal em que trabalhava, acaba por encontrar um sem-teto (Jamie Foxx), ex-estudante de música talentosíssimo, e dali surge uma bela amizade, que muda a vida de ambos.
O título da obra faz com que possamos abrir uma discussão muito boa sobre a palavra. Embora "O Solista" nos remeta à palavra no sentido do músico que tocava sozinho pelas ruas de Los Angeles, vemos também um jornalista solitário, em busca de uma grande matéria. Mas, que, realmente, estava em busca de um significado maior para sua própria existência e que também estava só neste mundo.
Ao se encontrarem cada um, de suas forma, com suas limitações, mostram suas incertezas perante à vida. Seus medos e problemas. Mas, ambos tinham o fundamental: bom coração.
Esta amizade que se estabelece tem na essência a beleza da doação ao próximo, sem esperar do outro nada em troca. “Apenas” o querer bem.
Ali é possível ver a importância da amizade verdadeira, da doação, dos sentimentos bons que uns devem ter pelos outros.
É uma pena que hoje em dia (época em que os valores estão invertidos, em que se prega a suposta “liberdade”, para se justificar a falta de caráter, a falta de princípios e de respeito ao próximo) isso não seja mais a regra e sim a exceção.
Vemos crianças, adolescentes sendo educados pela infame “educação moderna”,  onde pais ausentes “contratam” uma babá eletrônica incompetente, a TV, que prega a cultura descartável, o promiscuidade, a suposta liberdade para se fazer o que se quer sem que se olhe para o lado, sem respeito algum ao seu semelhante.
E, quando estas crianças crescem, tornam-se adultos irresponsáveis, insensíveis e vazios, pois não tiveram plantado em seus corações as sementes do amor, do carinho, da sensibilidade, de um mínimo de respeito ao semelhante e a si próprio.
Quando vemos filmes como estes, devemos refletir sobre o que realmente importa.
Que dinheiro, sucesso, fama, posses, são bons, mas jamais fundamentais para uma vida com valor, respaldada no que importa.
Uma vida digna deve ser pautada no amor, no respeito ao próximo, no querer bem.
E que uma vida sem isso é vazia. Sem sentido.
O que importa é o que possuímos em nossos corações, a nossa essência. E o que fazemos com isso. Como propagamos isso.
Minha esperança é que com o tempo pessoas vazias e egocêntricas deixem a vida inútil e descartável de lado, para olharem um pouquinho para o lado e verem que o que importa é o que cada um tem lá dentro.
Isso é o que fica. Isso é o que importa. Isso que faz a diferença.
A vida deve ser baseada no amor. Amor a si próprio e ao outro.
A vida deve ser baseada no respeito. Respeito a si próprio e ao outro.
A vida deve ser vivida olhando-se para o lado. Ninguém é feliz sozinho.
Doe-se, seja amigo leal, seja especial, faça a diferença neste mundo.
O mundo está carente disso.
Seja feliz. Seja leal aos seus sonhos. Mas, nunca esqueça de quem está ao seu lado, de quem precisa de você. 
Ser feliz "junto" é bem melhor do que ser feliz sozinho. 
Divida com os demais o que você tem de bom. Você receberá o mesmo em troca.  
Todos saem ganhando.
E o mundo ficará bem melhor.
Não seja um solista. Você pode fazer parte de uma orquestra.