Uma noite como outra qualquer.
Fazendo uso do meu controle remoto. Nada de bom, nada de útil.
Chego a um canal onde uma conversa se iniciava. Era a respeito de uma apresentação, que estava prestes a iniciar.
No palco, um rapaz magro, alto.
Seu nome, John Lennon da Silva.
Assim, como tantos neste país, tinha nome de artista.
Será que apenas o nome?
Estava lá para apresentar um número de dança: A Morte do Cisne.
Sua versão da Morte do Cisne.
Sua belíssima interpretação da Morte do Cisne.
Sua criação, baseada na mistura de estilos distintos.
Mistura sob medida de balé clássico com hip-hop.
Mistura que mostra a criatividade e talento natos.
Com gestos leves e doces, corpo esguio, rosto sereno, este garoto desliza pelo palco seu talento.
Ele não tinha apenas nome de artista.
Ele era um artista, na essência da palavra, de sensibilidade ímpar.
O palco se transforma em um grande espetáculo, do qual não conseguia tirar os olhos.
Via ali, naquele palco, a esperança viva. A concretização dela.
Movimentos coordenados, lindos.
Movimentos que emocionavam.
Um corpo magérrimo, braços longos, rosto juvenil, integravam um imenso talento brilhante.
Mais um brasileiro mostrando que quando se quer, se consegue.
Que quando se sonha, de verdade, se realiza.
Meus olhos foram presenteados com tal desempenho. Com tamanha qualidade de espetáculo.
Meus olhos se encantaram.
Meus olhos encheram-se de lágrimas. Senti um nó na garganta.
Mais um brasileiro que nos orgulha.
Mais um brasileiro que nos dá esperança de dias melhores.
John Lennon da Silva. O artista.
Nosso artista.