2 de jul. de 2011

O que você quer para a sua vida?










Passeando pelos corredores de uma grande livraria renomada, observei a quantidade de livros auto-intitulados por “auto-ajuda”.

Eram tantos os livros que superavam os sobre religiões.

Prateleiras sem fim.

Um livro para cada problema existencial.

Manuais para a vida moderna.

Isso me chamou a atenção.

Isso me fez refletir sobre o que está acontecendo no mundo.

Vivemos em um mundo onde tudo é muito moderno, onde tudo pode, onde tudo se quer.

Mas, será que esta liberdade total de agir, pensar e se comunicar não está gerando um efeito contrário?

Nunca se vendeu tantos antidepressivos.

Nunca se fez tanta terapia.

Nunca se viu tantas pessoas em busca de “qualquer tipo de relação”, na internet, com vistas a suprir suas carências, seja por meio de “redes supostamente sociais”, microblogs e ou de “chats”.

Conversa-se com estranhos, como se fossem amigos da infância.

No mundo real, fica-se cada noite com um, como se fosse os tão esperados princesas e príncipes encantados.

Etapas são puladas. O encanto se perdeu.

Busca-se o sucesso a qualquer preço, mesmo que isso custe seus valores.
Afinal, melhor não ter valor, mas ter sucesso...

Sucesso vazio.

Preço caro.

Vejo, neste mundo que tudo pode, pessoas vazias de esperança em busca de um último suspiro de felicidade.

Felicidade vazia.

Vejo teorias de relacionamento furadas, que resultam em sofrimento e dor.

Relacionamentos vazios.

Vejo ética, moral e valores se deturpando e sendo perdidos em meio uma modernidade ignorante.

Vejo uma carência em massa, que resulta em relações mentirosas e perigosas.

Solidão acompanhada.

Vejo doenças emocionais invadirem corpos vazios e carentes de emoções e carinhos.

Vidas tristes.

A modernidade de pensamento, conceitos e relações, estão tornando o ser humano muito sozinho e triste. Resultando em dependência de relações humanas falsas e vazias.

Perdeu-se o significado de amizade.

Perdeu-se o significado de educação.

Perdeu-se o significado de respeito.

Perdeu-se o significado de família.

Perdeu-se a individualidade.

Perdeu-se a opinião verdadeira.

Preocupa-se muito com a aparência, em detrimento à essência.

Ganhou-se depressão.

Ganhou-se solidão.

Conselhos de mãe foram substituídos por livros generalistas de auto-ajuda.

Famílias e amigos foram substituídos por redes virtuais, habitadas por desconhecidos.

Deturparam-se os valores.

Esqueceram da ética.

Esqueceram de Deus.

Esqueceram de si próprios.

Todos fazem parte de uma infinita e perigosa linha de produção: a modernidade.

Modernidade, esta, que entristece e acaba com a essência humana, em troca de uma falsa imagem democrática e acolhedora.