No mês passado nos deparamos com a notícia de mau gosto que o Supremo Tribunal Federal, por decisão unânime (oito votos) liberão a realização do "evento" conhecido como a "marcha da maconha", que, teoricamente, reúne manifestantes favoráveis a descriminalização da droga.
A decisão, segundo o divulgado, levou em consideração os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão. Além de caracterizarem o movimento como cultural (?), já que nele são realizadas atividades musicais e teatrais, além de que o mesmo cria espaço para um debate sobre o assunto, por meio de palestras e seminários.
Alguns ministros, ressaltaram, que a proibição só seria aprovada se tal marcha incitasse ou provocasse ações ilegais.
Sempre fui a favor do direito de expressão, de defender suas idéias e posições, até porque criei meu blog por isso.
Mas, jamais defenderei aqui algo deste tipo. Ainda mais tendo consciência de que nenhuma garantia constitucional é ilimitada. E os limites estão delimitados por outros direitos constitucionais.
Quando vi, pelo noticiário, tudo acontecendo diante de meus olhos, fiquei pensando, como consideraram legal uma marcha em favor de algo ilegal?
A apologia ao uso da maconha é crime previsto no artigo 33, parágrafo segundo, da Lei 11.343/2006.
Sempre tive uma posição totalmente contrária a tudo que envolva droga, seja de que tipo e forma for. E eu, como cidadã, não posso compactuar com tamanha falta de consciência civil.
Uma decisão como esta, pode abrir precedentes para qualquer outra forma de "manifestação pacífica" a favor da cocaína, do crack, do aborto e de tantos outras questões que existem por aí.
Direito de um acaba quando começa o do outro. E concordar com este tipo de manifestação absurda, invade o meu espaço e toma meu direito lícito de ser cidadã.
Não me surpreenderá se este tipo de marcha se proliferar por aí. E, nós, cidadãos sem vícios, que ralamos todos os dias para podermos pagar nossas contas, e não temos tempo para coisas deste tipo, teremos de nos deparar com movimentos, como estes, respirarmos fundo para não falarmos o que pensamos, pois todos estão respaldados na lei.
Salve a democracia! Salve a hipocrisia e os interesses de grupos restritos, que não acrescentam nada a nossa sociedade e só olham para o próprio umbigo ou bolso.
Salve o desrespeito ao Estado Democrático de Direito.
Salve o Brasil.