27 de dez. de 2011

Final de ano. A chance de recomeçar.








E mais um ano acabou.

Fim.

Mais um ano chega.

Novo.

Chega cheio de aspirações, tornando nossos corações esperançosos.

Corações esperançosos contam os minutos para esta chegada.

Chegada que significa zerar tudo e recomeçar diferente.

Recomeçar diferente e começar tudo de novo.

De novo desejos, sonhos e esperança.

Esperança de que seja diferente.

Diferente para melhor.

Um melhor repleto de boas surpresas.

Surpresas que, no fundo, são esperadas ansiosamente.

Ansiosamente queridas.

Queridas por serem especiais, individuais, de cada um.

Cada um que possui, no seu íntimo, seus segredos mais profundos.

Profundos.

Sonhos.

Pessoais.

Desejos.

Especiais.

Únicos.

Que realizados, despertam a felicidade mais profunda.

Que quase realizados, despertam o desejo de luta. 

Que não realizados, despertam a frustração.

Frustação, que aos poucos, revelam-se como metas.

Metas, sonhos, desejos, projetos.

Todos, juntos, fazem do novo ano especial.

Especial pela chance de recomeçar.

Pela chance de começar.

Pela chance de continuar.

Pela chance. Simplesmente.

Que este ano, que se inicia, traga as melhores sensações. Os melhores sentimentos. As melhores motivações. Os melhores encontros. As melhores realizações.

Que tudo de melhor aconteça.

E, se acontecer algo que não seja bom, que sirva de tijolo para a construção de uma pessoa melhor. Mais forte. Mais decidida. Sem perder a sensibilidade. Ela é fundamental para ser mais humano.

Que os sentimentos se mantenham aflorados. Pois, são nossos guias emocionais.

Que a observação se mantenha íntegra. Pois, é a nossa autocrítica.

Que o amor aflore. Pois, é o sentimento mais belo e raro que possuímos.


Que o respeito se mantenha íntegro. Tanto pelos outros, como por si mesmo.

Que o aprendizado seja constante. Pois, ele nos recicla.

Que aprendamos a viver mais para o presente e menos para o futuro.

Que aprendamos a viver. Sem grandes espectativas. Com muita doação e entrega. 

Que valorize cada sensação, cada momento, cada olhar, cada descoberta.

Que valorize cada pessoa que cruzar pela sua vida. Ela não apareceu por acaso.

Que valorize, ainda mais, a amizade. Ela é o nosso apoio constante por opção própria.


Que valorize a família. Ela sempre é o nosso porto seguro.

Que cuide da saúde. Ela é o motor da vida.

E, o fundamental...

Que aprenda, a cada dia, a ser feliz.

Ser feliz é um aprendizado diário.

Poucos sabem ser felizes.

Seja feliz.

Feliz do seu jeito.

Com o que você gosta.

Com o que e quem é importante para você.

Aprenda a ser feliz consigo mesmo.

Aprenda a dividir a felicidade.

Aprenda a ser feliz. Somente.

Afinal, no final, é isso que importa.

E este é meu desejo, de ano novo, a você: seja muito feliz.




Que 2012 seja repelto de alegria, amor e felicidade!



São os meus votos,


Karen Goldsztejn Nascimento



 

23 de dez. de 2011

Tudo se perderá







Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.

(Charles Chaplin)

Vida...





A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

(Charles Chaplin)

21 de dez. de 2011

Calvin e o Natal

















Natal






Organiza o Natal

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.


(Carlos Drummond de Andrade - Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço")

7 de dez. de 2011

Raiva




"A raiva é a minha revolta mais profunda de ser gente?
Ser gente me cansa.
Há dias que vivo da raiva de viver."
(Clarice Lispector)


3 de dez. de 2011

O tempo





"O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno."

(William Shakespeare)



29 de nov. de 2011

Vida






Vida bela.

Vida de surpresas.

Vida do inesperado.

Vida do improviso.

Vida querida.

Vida corrida.

Vida.

Única.

Vida repleta de sonhos.

Vida com algumas decepções.

Vida de esperança.

Vida de escolhas.

Vida.

Mais que conceito.

Um processo.

Sem definição específica.

Uma cadeia de acontecimentos.

Um ciclo de sentimentos.

Um movimento de emoções.

Mais do que espaço de tempo.

Movimento.

Evolução.

Desenvolvimento.

Respeito.

Esperança.

Amor.

Concretização de objetivos.

Adaptação às adversidades.

Riso espontâneo.

Choro sentido.

Sorriso tímido.

Amor inesperado.

Vida.

Única.

Que Deus a abençoe.


(Karen Goldsztejn Nascimento)







21 de nov. de 2011

O silêncio




"No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos."


"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

(Martin Luther King)



18 de nov. de 2011

Diálogos impressos

Mario Sergio Cortella.

Yves de La Taille.

Diálogo com um psicólogo francês sobre o que é moral.

Definições impressas.

Questões elencadas, respondidas e comentadas.

Debate sobre dilemas morais.

Troca de experiências e visões sobre diversos assuntos, que versam de família às relações sociais.

Pontos importantíssimos são destacados e conteúdos aprofundados.

E sobre estes são emitidos pareceres claros e verdadeiros.

Conduta, erro, merecimento, ócio, tédio, questões morais, autoengano, falta de respeito, liberdade... Diálogo completo e repleto de conteúdo.

Me fez refletir.

Me fez pensar sobre a vida.

Sobre as relações humanas.

Sobre os dias atuais.

Sobre o que o ser humano faz com seu semelhante.

Pena que é assim.

Tudo poderia ser bem melhor.

Como sempre... Tudo que o filósofo Cortella faz é perfeito.




Mario Sergio Cortella.

Renato Janine Ribeiro.

Ambos os filósofos discorrem sobre os rumos da política na sociedade contemporânea.

Análise sobre cada ponto fundamental da sociedade.

Análise sobre cada ponto da política.

Debate claro e de ritmo cadenciado.

Jovens, educação, política, sociedade, classes sociais, liberdade, entre tantos outros assuntos são debatidos com sabedeoria e com conteúdo incontestável.

Mais uma vez...

Como sempre... Tudo que o filósofo Cortella faz é perfeito.


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Nos labirintos da moral - Mario Sergio Cortella e Yves de La Taille. Editora Papirus 7 Mares - 2009






Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro. Editora Papirus 7 Mares - 2010

16 de nov. de 2011

O retorno



"Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos."

(Friedrich Nietzsche)


18 de set. de 2011

Vivendo e aprendendo...





EU APRENDI por William Shakespeare


Eu aprendi...
...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...
...que o amor, e não o tempo, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.





APRENDI por Charles Chaplin

Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.

Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.

Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos. Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida. Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.

Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.

Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.

Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.

Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.

Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.

Eu aprendi... que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.

Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.

Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.

Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.

Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.

Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.

Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.

Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

13 de set. de 2011

Opção própria



Tantos casos.

Tantos acidentes.

Tanta irresponsabilidade.

Tanta imprudência.

Ocorrências e mais ocorrências semelhantes.

Semelhantes por conter, em seus panos de fundo, a falta de valorização da vida.

Não se tem consciência de quanto é preciosa.

Não se tem consciência de seu valor.

Não se tem consciência que é única.

E, por isso, atitudes irresponsáveis são tomadas.

Tomadas como se não pudessem gerar conseqüências.

E, muitas vezes, estas são fatais.

Pois, vidas iniciantes são ceifadas.

Cortadas por instrumentos próprios: a irresponsabilidade inconseqüente.

Finais trágicos.

Famílias inconsoláveis.

Estatísticas em folhas de papel.

O fim.

Por opção própria.


9 de set. de 2011

Mundo






Vivemos em um mundo sem respeito.

Sem respeito ao próximo.

Sem respeito à vida.

Vivemos em um mundo doente.

Doente por falta de afeto.

Doente por falta de amor.

Vivemos em um mundo onde tudo é permitido.

Permissão para não olhar para o lado.

Permissão para virar as costas.

Vivemos em um mundo carente.

Carente de olhar.

Carente de companheirismo.

Vivemos em um mundo triste.

Triste pela injustiça desenfreiada.

Triste pelo individualismo exarcebado.

Triste pela violência sem limites.

Vivemos em um mundo que não nos dá muita esperança.

Esperança de dias melhores.

Esperança de seres mais humanos.

Vivemos em um mundo.

Um mundo que está sofrendo.

Por nossa culpa.

Por nossa ignorância.

Pelo nosso egocentrismo.

Pela nossa falta de respeito.

Vivemos em um mundo que tenta respirar.

Mas, nós o sufocamos.

Lentamente.

Um dia, ele não terá forças para lutar.

E o nosso fim chegará.

(Karen Goldsztejn Nascimento)


9 de ago. de 2011

A arte de observar



Olhos inquietos.

Movimentos incessantes.

Todos os lados.

Observo tudo.

Analiso tudo.

Questiono tudo.

Silêncio se faz presente.

Raciocínio não pára.

Pensamentos nascem.

Palavras silenciosas habitam a mente.

Lembranças vêm à tona.

Sentimentos percorrem o coração.

Uma mente inquieta.

Em um corpo inerte.

Nada passa despercebido.

Nenhuma imagem.

Nenhuma fala.

Tudo registrado com os olhos.

E guardado no coração.


(Karen Goldsztejn Nascimento)



8 de ago. de 2011

Democracia





Democracia quer simplesmente dizer o desencanto do povo, pelo povo, para o povo.
(Oscar Wilde)




26 de jul. de 2011

Alma




Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita.
Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
 Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
 E a lágrima que não se chorou.
 Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

(Clarice Lispector)



24 de jul. de 2011

Música de luto - Amy







Mais um talento se foi.

Mais uma luz se apagou.

Mais uma voz se voz se calou.

Ficamos órfãos de um talento único.

De um talento atual.

Que resgatou a música de qualidade.

Mas, que, ao mesmo tempo, que nos despertava a admiração, também despertava o nosso lado sombrio.

Pois, na mesma intensidade que esperávamos, ansiosamente, por um show musical incrível, já ficávamos atentos para presenciar algum comportamento reprovável, típico de grandes astros.

Pois, na mesma intensidade que ficávamos ansiosos pelo próximo sucesso, víamos diante de nossos olhos e ouvidos, imagens e letras, que representavam um pedido de socorro declarado.

Triste e esperado fim.

Mas, não por ser esperado dói menos.

Talvez machuque até mais.

Quem sabe, agora, terá a sua paz procurada.

Quem sabe, agora, encontrará a alegria.

Quem sabe, agora, a dor será curada.

Descanse em paz jovem talentosa.

Que deixou órfãos todos os seus admiradores.

Todos os admiradores da boa música.

Todos os admiradores da menina de 27 anos.

Todos os admiradores da voz inconfundível.

Uma vida tão breve.

Uma vida tão triste.

Uma vida tão solitária.

Um talento tão raro.

Um estrela se apaga.

Uma lacuna se estabelece.

A paz é encontrada.

Descanse como nunca fizera antes.

Pena que foi assim.






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(Rehab) Reabilitação

Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber
Eu não tenho tempo
E mesmo meu pai pensando que eu estou bem;
Ele tentou me mandar pra reabilitação
Mas eu não vou, vou, vou


Prefiro ficar em casa com Ray (Charles)
Não posso ficar 70 dias internada
Por que não há nada
Não há nada que possam me ensinar lá
Que eu não possa aprender com o Sr. (Donny) Hathaway


Não aprendi muito na escola
Mas sei as respostas não estão no fundo de um copo


Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber
Eu não tenho tempo
E mesmo meu pai pensando que eu estou bem;
Ele tentou me mandar pra reabilitação
Mas eu não vou, vou, vou


O cara disse: "Por que você acha que está aqui?"
Eu disse "não faço idéia
Eu vou, vou perder meu amor
Então eu sempre mantenho uma garrafa por perto"
Ele disse "acho que você só está deprimida,
Me dê um beijo aqui, amor, e vá descansar"


Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber


Eu não quero beber nunca mais
Eu só oh, só preciso de um amigo
Não vou desperdiçar dez semanas
Pra todo mundo pensar que estou me recuperando


Não é só meu orgulho
É só até essas lágrimas secarem


Tentaram me mandar pra reabilitação
Eu disse "não, não, não"
É, eu estive meio caída, mas quando eu voltar
Vocês vão saber, saber, saber
Eu não tenho tempo
E mesmo meu pai pensando que eu estou bem;
Ele tentou me mandar pra reabilitação
Mas eu não vou, vou, vou






21 de jul. de 2011

Laços de Afeto


Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita... Dando voltas.

Enrosca-se, mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando...

Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.

Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah, então, é assim o amor, a amizade.Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.

Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.

Então o amor e a amizade são isso...Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.

Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!

(Mario Quintana)

20 de jul. de 2011

Dia do amigo




"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.

Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."

(Fernando Pessoa)



19 de jul. de 2011

Padre Fabio de Melo








"Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou. Pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nessa
vida muita gente já me olhou depressa demais."


" Amar talvez seja isso...Descobrir o que o outro fala mesmo quando ele não diz."


" Você é quem decide o que vai ser eterno em você, no seu coração.
Deus nos dá o dom de eternizar em nós o que vale a pena, e esquecer definitivamente aquilo que não vale... "


"Há pessoas que nos roubam...Há pessoas que nos devolvem...!"


"Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura."


"Palavras erradas costumam machucar para o resto da vida, já o silêncio certo pode ser a resposta de muitas perguntas..."


"Você sabe que alguém te ama não pelo que ele fala, mas pelo o que faz. O amor não sobrevive de teorias."

 



O mestre da vida

Era uma manhã como outra qualquer.

Uma manhã cercada pela preguiça, pelo tempo livre para não fazer nada.

Dou uma volta pelos canais da TV.

Me deparo com um filme iniciando.

O título me chama a atenção: O mestre da vida.

Meus ouvidos se encontram com um lindo texto, que termina com a seguinte frase: "(...) os românticos normalmente estão errados. Mas, o romântico só precisa estar certo uma vez na vida... Quando escolhe seu verdadeiro amor...".

Interessante.

Resolvo ficar.

E desfruto de uma linda obra de arte.

Lições de vida a cada cena.

Lições para a vida em cada cena.

Diálogo milimetricamente escrito.

Milimetricamente falado.

Milimetricamente sentido.

O aprendiz e o mestre.

O inocente e o experiente.

Duas gerações.

Duas mentalidades.

Duas experiências.

Ligadas pelo amor à arte.

Arte que, metaforicamente, é a vida.

Uma história real.

Uma história que nos emociona.

Uma história que nos ensina.

Os sonhos.

O amor.

A sensibilidade.

O existir.

O viver.

Ensinamentos.

Aprendizados.

A coragem.

Tudo passando pelos meus olhos e se registrando em meu coração.

Delicadeza ímpar.

Texto impecável.

Interpretações impressionantes. Hipinotizantes.

Noventa minutos de arte. De talento. De emoção.

"O mestre da vida" é um daqueles filmes que nos ensina a cada minuto.

Daqueles que nos acende a luz em meio a escuridão diária.

Daqueles que nos enche de esperança e coragem para recomeçar um novo dia.

Que nos ensina a importância de valorizar o novo dia.

Que nos ensina o que é um novo dia.

Que nos ensina a viver.

Mas, não qualquer vida.

Só a que for repleta de amor, com um toque de esperança e respeito.

Respeito aos outros. Mas, principalmente, a si próprio. E ao que você tem de mais bonito: seus sentimentos.


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Serviço:
O mestre da vida (Local Color)
EUA
Drama
Direção: George Gallo 
Elenco: Armin Mueller-Stahl, Trevor Morgan, Ray Liotta, Charles Durning, Samantha Mathis, Ron Perlman, Julie Lott.

18 de jul. de 2011

Provocações filosóficas



Ele.

Mais uma vez ele.

Mario Sergio Cortella.

Meu filósofo brasileiro favorito.

Meu professor da vida.

Um dos meus vários escritores favoritos.

Ele.

Mais uma vez ele.

Mais uma vez ele escreve uma obra obra impecável.

Em cada página, em cada texto, circulam indagações, questionamentos, curiosidades de todo o ser humano.

Em cada página ensinamentos transbordam aos nossos olhos.

Em cada página a personagem central se faz presente: a vida.

Em cada página filósofos, poetas, políticos, filmes, livros se entrelaçam, de forma primorosa, com vistas a repassar algum importante ensinamento. 

Ensinamento que nos faz aprender.

Ensinamento que nos faz crescer.

O antigo visto sob novo olhar.

O novo olhar direcionado para fronteiras jamais transpostas.

O desconhecido sendo desvendado, através do aprendizado.

Crônicas profundas.

Que tocam nossa alma.

Que invadem nosso corações.

Que questionam nossa existência.

Que nos ensinam.

Que nos ajudar a nos descobrir.

Que nos ajuda a viver melhor.

De coração aberto.

Mais uma vez este autor consegue tocar nossa alma.

Do jeito dele.

Só dele.

Se você estiver pronto para desvendar seus segredos mais íntimos e repensar tudo que já viveu até hoje, leia "Não espere pelo epitáfio".

Ao fechar o livro, sua perspectiva de vida será diferente.


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Não espere pelo epitáfio... Provocações filosóficas - Mario Sergio Cortella - Editora Vozes.

13 de jul. de 2011

Salve a impunidade




Uma madrugada como outra qualquer.

Pena que, em alguns segundos, tudo se transforma.

Uma vida se vai.

Por imprudência.

Por certeza da impunidade.

Família e amigos choram a perda.

Desconhecidos sentem a dor.

Uma fiança carimba o compactuar com a irresponsabilidade.

E, tudo fica assim.

Assim... Sem justiça.

Mais uma vez.

Somos feitos de bobo.

Mais uma vez.

Uma família é desrespeitada.

Seus sentimentos ignorados.

Esfregam em nossa cara a impunidade.

A revolta toma conta.

Mas, de nada serve.

Mais uma vez, que pena.

Descanse em paz, linda jovem sonhadora.

Que deixou apenas o curto passado como lembrança.

Que deixou um futuro lindo em branco.

Descanse.









O teu riso

 




Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

(Pablo Neruda)